Carl Stamitz - Duo no.2 para 2 violas
Carl Stamitz - Duo Nº 2 para 2 Violas
Carl Stamitz (7.05.1745, Mannheim, Alemanha - 9.11.1801, Jena, Alemanha) foi um compositor, violinista, violista e virtuoso da viola d'amore. Filho de Johann Stamitz, ele foi um dos principais representantes da segunda geração de compositores da Escola de Mannheim. Como um artista de turnês e concertos amplamente requisitado, ele deu uma contribuição significativa para o repertório de sinfonias concertantes e concertos. Stamitz recebeu sua primeira educação musical em Mannheim com seu pai, mas tinha apenas 11 anos quando ele faleceu. Seus professores subsequentes foram outros músicos da corte, incluindo Christian Cannabich, Ignaz Holzbauer e Franz Xaver Richter. Aos 17 anos, ele se tornou violinista na residência do Eleitor Carl Theodor, cuja corte e cidade eram famosas por seu amor à música e pelo desenvolvimento da Escola de Mannheim. Essa experiência permitiu a Stamitz estudar o repertório moderno de Mannheim e dominar uma técnica de performance brilhante.
Em 1770, Stamitz mudou-se para Paris e, a partir de 1771, atuou como compositor e maestro da corte para o duque Louis de Noailles. Além de compor e publicar muitas novas obras, Karl e seu irmão Anton foram artistas ativos no Concert Spirituel na década de 1770, dando continuidade à tradição de seu pai. Carl fez turnês por toda a Europa como um virtuoso. Em Londres, ele colaborou frequentemente com Johann Christian Bach, o filho mais jovem de Johann Sebastian Bach. Em abril de 1778, Carl Stamitz realizou seu próprio concerto beneficente no Teatro Real de Londres. A partir de 1780, Stamitz passou a se apresentar principalmente como solista de viola. Um concerto em 23 de novembro de 1783, onde Stamitz tocou com o pianista de 12 anos Beethoven, é notável porque Beethoven recebeu um cachê maior que seu colega de 38 anos.
No final de 1789, Stamitz se casou e se mudou com a família para Jena, onde se tornou Kapellmeister e professor de música na universidade. Mas o último período da vida de Carl Stamitz não foi feliz. No entanto, o cargo não era suficiente para suas finanças, e ele já não podia viajar para concertos como antes. Todos os seus filhos morreram jovens, sua esposa estava doente e o dinheiro era escasso. Ele até estudou alquimia na tentativa de criar ouro. Na tentativa de ganhar mais, ele enviava suas composições para todos os lugares que podia, inclusive para a Rússia, na esperança de ser recompensado. Stamitz chegou a planejar uma turnê de concertos em São Petersburgo, mas a carta que autorizava a viagem chegou apenas após sua morte. Apesar de sua antiga fama, as dívidas de Stamitz no momento de sua morte eram tão grandes que seus bens tiveram que ser vendidos em leilão. Um catálogo impresso de seus manuscritos musicais foi publicado para um leilão separado em 1810, mas a moda da época havia mudado, e a música não foi leiloada nem comprada. A coleção permaneceu em Jena até 1812, mas desapareceu desde então.
Carl Stamitz criou quase o mesmo número de obras de câmara e orquestrais, mas foi sua composição orquestral que lhe garantiu a fama mundial. Sua obra inclui mais de 50 sinfonias, 38 sinfonias concertantes e mais de 60 concertos para instrumentos solistas. Suas composições orquestrais e de câmara para viola d'amore são historicamente importantes, demonstrando técnicas de execução incomuns no momento em todas as sete cordas, acordes duplos, pizzicato com a mão esquerda e harmônicos.
A Escola de Mannheim desenvolveu-se durante o período de sobreposição entre o Barroco e o Clássico. Os compositores de Manheim, atuando em meados do século XVIII, foram pioneiros na adoção e inovação das normas da música clássica, que seriam mais plenamente desenvolvidas e codificadas posteriormente, na Era Clássica. Aqui estão alguns exemplos de técnicas da Escola de Mannheim: Foguete de Mannheim, Suspiro de Mannheim, Pausa Geral, crescendo ou diminuendo geral e dinâmicas contrastantes. Embora essas técnicas não fossem usadas apenas por compositores da Escola de Mannheim, tornaram-se uma marca registrada em suas obras. Carl Stamitz é um excelente exemplo desse período. Suas obras apresentam alguns elementos do estilo Galante, bem como o uso da forma sonata.
O Duo nº 2 para duas violas é escrito em duas partes: Andante Moderato e Allegro. Em cada parte ele usou forma binária, típica de Stamitz e da Escola de Mannheim em geral. O tempo passado em Paris e Londres trouxe mais lirismo à sua música, e especialmente no segundo movimento do duo você pode ouvir um contraste mais distinto entre o 1º e o 2º tema. Esta música é um ótimo exemplo de como a forma sonata clássica evoluiu da forma binária do barroco.